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Crédito: Hadoock de Aninha |
TEMA
Por muito tempo, os filmes de faroeste fizeram grande sucesso tendo, como pano de fundo, a ocupação do velho-oeste americano. Diversos filmes foram surgindo, tendo a figura do pistoleiro, a do matador e os memoráveis duelos à luz do dia em cidades empoeiradas no meio do nada, rendendo vários filmes de ação, regados a muitas chuvas de balas. Algumas associações já chegaram a ser feitas com as regiões Centro-Oeste e Nordeste do nosso país, no começo de suas povoações, chamadas, em seus lugares mais distantes e ermos, de “terra de ninguém”, onde a única lei a vigorar era a “lei do mais forte”, assim como naqueles filmes. Foi pensando nesse sertão distante e sem lei, na figura do matador de aluguel e dos grandes duelos que surgiu esse cordel, também inspirado no conto extraordinário de Guimarães Rosa intitulado “A hora e a vez de Augusto Matraga”, resultando em uma breve história que pudesse reunir violência e redenção.
SINOPSE
João Coragem é um matador profissional. Não temendo ninguém, fez da morte o seu ofício, trabalhando para quem pagasse melhor. Indiferente e acostumado à violência, acaba sendo abandonado pela mulher que teme por sua vida e pela vida da filha, deixando-o sozinho. Seu nome e sua fama vão crescendo por toda a região, o que lhe garante que nunca fique desempregado, mas, por outro lado, passa a acumular inimigos. Certo dia, após uma missão malsucedida, resolve deixar de vez o nefasto ofício e procurar pela paz que jamais teve, mudando-se para uma pequena e pacata cidade onde ninguém o conhecia. Depois de algum tempo, quando João parece, enfim, ter encontrado a verdadeira vida, eis que um acontecimento repentino obriga João a fazer uma escolha definitiva que vai selar o seu destino. Não perca esse faroeste à brasileira.
Passou já se faz um tempo
Essa tal famosa história.
Como tudo começou
Está vivo na memória,
Nem os anos apagaram
Essa real trajetória.
Vivia nas cercanias
Um famoso foragido,
Homem de muita frieza,
Coração endurecido.
Matava sem hesitar,
Sempre muito decidido.
Era como um mercenário:
Servia a quem mais pagava.
Pra manter a profissão,
Ao matar nunca hesitava.
Ninguém se postava contra,
O povo atemorizava.
Ganhou cada vez mais fama
De notável matador.
Era uma chama do mal,
Alimentada na dor.
A Dona Morte clamava
Por mais um adorador.
Portava a morte consigo,
Por isso sua presença,
Claro sinal de má sorte.
Agonia tão imensa,
Muito forte se tornava
Como uma mortal doença.
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